O novo presidente, Donald Trump, está pressionando por taxas de juros mais baixas e já começou a exercer influência sobre a Reserva Federal, deixando clara sua posição.

Ao discursar para líderes mundiais no Fórum Econômico Mundial em Davos, Trump não mencionou o Fed diretamente, mas sua mensagem foi clara: cortes nos juros são sua prioridade. Trump declarou que exigiria reduções imediatas e acrescentou que essa tendência deveria se repetir globalmente, sem deixar margem para dúvidas.

Os especialistas interpretaram essa fala como o primeiro sinal de pressão direta sobre o Fed. Isso não chega a ser uma surpresa, já que, durante seu primeiro mandato, Trump teve um relacionamento conturbado com a instituição e frequentemente criticava Jerome Powell, o presidente do Fed que ele próprio indicou.

Os mercados reagiram positivamente aos comentários de Trump. O Dow Jones Industrial Average avançou, e o rendimento dos títulos do Tesouro de dois anos registrou uma leve queda. No entanto, o dólar foi impactado, atingindo uma mínima de 107,56 pontos. O índice do dólar americano recuou 0,34%, sendo negociado a 107,77 pontos.

O Fed, por sua vez, tem reiterado sua independência na condução da política monetária, com Powell enfatizando que as decisões do banco central não são guiadas por interesses políticos. Embora Trump não detenha poder legislativo direto sobre a instituição, sua autoridade para nomear membros do conselho de governadores pode impactar futuras deliberações. O embate entre Trump e o Fed pode se intensificar nos próximos meses, especialmente se os cortes não forem implementados na velocidade desejada pelo presidente. Os mercados seguirão atentos às sinalizações de Powell e às possíveis nomeações que possam alterar o equilíbrio dentro do banco central.