Olhando para o futuro, o Ministério da Economia da Alemanha projeta que fatores como a moderação nos preços de produtos essenciais, os efeitos da política monetária restritiva e o controle sobre aumentos salariais devem ajudar a reduzir a inflação em 2025. No entanto, esses elementos podem não ser suficientes para reverter o declínio econômico enfrentado pelo país.

A economia alemã atravessa um momento inédito de retração, com dois anos consecutivos de declínio. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu 0,2%, incluindo uma queda de 0,1% no último trimestre. Essa tendência preocupa, pois transforma a Alemanha, outrora a "força motriz" da União Europeia, no elo mais fraco da zona do euro.

Segundo o escritório federal de estatísticas, a desaceleração é resultado da redução expressiva na demanda global e do aumento da concorrência chinesa em setores estratégicos como automotivo e maquinário. Em consequência, as exportações alemãs recuaram 0,8% em 2024 em relação ao ano anterior, refletindo tanto a queda nos pedidos internacionais quanto a perda de competitividade em mercados-chave.

Além disso, a política monetária restritiva, implementada para conter a inflação na zona do euro, afetou negativamente o consumo interno e os investimentos. Com custos de crédito mais altos, muitos setores produtivos enfrentaram dificuldades para sustentar o crescimento.

O Ministério da Economia alerta para o risco de uma recessão técnica em 2025, caso o primeiro trimestre registre mais um período de retração econômica. Ainda assim, o governo acredita em uma possível recuperação, desde que haja maior clareza sobre questões financeiras e geopolíticas, como os impactos prolongados da guerra na Ucrânia, as relações comerciais com a China e a evolução do comércio global.

Apesar dos desafios, o comércio internacional continua sendo um elemento central para as perspectivas da economia alemã. No entanto, o relatório aponta que as projeções para o setor permanecem desafiadoras no curto prazo.